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  • Homem de Lata

    29 de nov. de 2010
    Dorothy leva uma das mãos à boca, admirada: 
    - Você perdeu uma das coisas mais importantes da vida, o amor. 
    O Homem de Lata abaixa a cabeça. 
    - Você tem razão. Por outro lado, passei a sentir orgulho do meu novo corpo, resistente ao resistente ao golpe de machado e, em dias de sol, brilhando que é uma beleza. Hoje, só temo a ferrugem. Por isso, ando sempre com a lata de óleo para lubrificar minhas juntas. 
    - Por que quer um coração? 
    - Ora!... Pretendo me apaixonar de novo. 
    Dorothy, com olhos cheios de água, emociona-se com a história do Homem de Lata. 


    Quem sabe vale a pena ir até Oz e pedir um novo coração? O único medo é que junto com o novo coração, venham novas dores, novos sofrimentos e novos desamores. Vai ver que nem preciso de um novo coração, só de um novo cérebro; já que eu poderia me enganar muito bem se certas coisas desnecessárias saíssem da minha mente. 
    Só preciso de alguém que me faça sentir; que me faça amar e que me faça sorrir. Todo mundo acha alguém a quem amar, todo mundo encontra sua 'metade da laranja', mas o que acontece se sua metade da laranja achou outra metade pra ela?

    -

    26 de nov. de 2010


    Às vezes nosso coração chora em silencio para esconder do mundo o quanto estamos feridos por dentro...
    Algumas palavras e olhares nos machucam como se nos rasgassem por inteiro, e não sabemos como fazer para as lágrimas secarem. Como fazer para as feridas cicatrizarem? Como descobrir as respostas para as perguntas que a vida nos faz?
    Acho que só descobriremos estas respostas vivendo e nos arriscando por um amor verdadeiro.

    Felipe Augusto de Abreu. 

    A solidão às vezes é tão nítida

    23 de nov. de 2010

    como uma companhia.Vou me adequando,vou me amoldando.Nem sempre é horrível.às vezes é até bem mansinha.Mas sinto tão estranhamente que o amor acabou.

    Eu nunca tive medo de estar sozinho.
    Na verdade, eu tenho medo de estar acompanhada. Entranho isso, eu sei. Mas tenho uma teoria: Quando a pessoa fica sozinha por muito tempo, e encontra alguém com quem compartilhar essa solidão, se torna uma pessoa meio viciada nesse alguém .  Acha que sem essa pessoa não vai sobreviver, não vai conseguir respirar, comer, sorrir, dormir e viver. Se esse alguém, por algum motivo, vai embora, a pessoa entra numa onda meio parecida com uma crise de abstinência, nessa de ‘não posso suportar sem ela’ e ‘minha vida não é mais a mesma’          
    A gente acha quem sem esse alguém, o mundo parou. Depois dessa crise de abstinência, descobrimos que o mundo não parou, que você ainda consegue respirar, comer, sorrir, dormir e até mesmo viver. E o melhor de tudo, você descobre que é capaz disso tudo sozinho.                              
    E então, depois dessa maravilhosa descoberta, você tem medo de se tornar um viciado mais uma vez, de entrar em crise de abstinência mais uma vez, e aí fica meio viciado em solidão, pra não ser viciado no amor. Prefere ser companheiro da solidão, do que amar alguém que pode partir num dia qualquer.


    Ai como eu queria

    19 de nov. de 2010
    tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. 


    Não posso te poupar, não posso mais te dizer que tudo vai passar e que tudo vai melhorar, que você vai ficar bem e feliz. Porque quando a gente sofre, sofre pra sempre, dói pra sempre... Mas é assim né? Nós sempre nos apaixonamos por que nos faz sofrer, sempre nos apaixonamos por quem provoca a dor maior, a tristeza maior. Mas sabe o que acontece? Essas pessoas costumam nos fazer tão bem que quase nos esquecemos da dor, da angustia, da tristeza e do sofrimento... assim, vale a pena, a gente ama tanto, e é tão feliz, que quase não dói, apesar de dilacerar a alma. Mas tem outro caso, quando a dor é tão grande que nos faz pensar que vale a pena, quando o sofrimento é tanto que anula as alegrias, quando a angustia é demasiadamente grande, e nos faz esquecer que o amor devia fazer bem. Nesses casos, pra mim, não vale a pena. Na verdade, na minha opinião, nenhum sofrimento vale a pena se supera as alegrias.  

    Saudade.

    18 de nov. de 2010
    -Sabe, menina… Na tua ausência eu sinto falta do teu riso aberto.
    -Sente?
    -Sinto.
    -Claro, pessoas sentem - nós sentimos, é óbvio. Mas você me sente além do riso?
    -Sentir, você?
    -Você!
    -Eu quase não rio…
    -Não, a mim! Sentir a mim!
    -Você se sente além do riso?
    -Não, você!
    -Ah, você me sente?
    -Tá, eu sinto… Mas e você? Você me sente além do riso?
    -Sinto…
    [Silêncio]
    -Às vezes sinto falta de mim.
    -Eu também, menina.
    -Sente falta de si?
    -Não, de você. E dói.
    [Silêncio]
    -Me abraça?
    -Sempre.

    E ela ri aberto. Não é de alegria, por certo. Mas ri


    Sinto tanta falta de você, menina....

    Nunca mais

    17 de nov. de 2010
    Porque ao longo desses meses
    Que eu estive sem você
    Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

    Eu já matei você mil vezes
    E seu amor ainda me vem
    Então me diga quantas vidas você tem.

    Primeiro você cai num poço.

    16 de nov. de 2010
    Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê.

    Aquela mesma história do poço, sabe? De quando você cair, tentar levantar mesmo sendo confortavel lá embaixo? Então, e o que acontece quando resolvemos sentar no poço e esperar? Apesar do mofo, do odor desagradável, da sujeira e tudo mais, têm uns que resolvem se aconchegar e ficar ali pra sempre. Dentro do poço tudo parece sempre a mesma coisa, mas não é. Sem essa de pensar que 'pior que tá não fica';  porque quando a gente se acomoda com a merda, tudo tende a piorar; sem nem mesmo percebermos vamos cada vez mais fundo no poço, acabamos soterrados em terra, e aí já não tem saída né?

    Stay with me tonight.

    15 de nov. de 2010
    Vontade de encostar a cabeça no ombro de alguém que contasse baixinho uma história qualquer.

    Esse frio me dá uma melancolia, uma tristeza... Vontade de deitar debaixo de um edredon bem grosso com alguém importante, contar piadas, ver filmes, lembrar de velhas histórias e sorrir de besteiras. Seria tão bom ter esse alguém, seria tão bom sorrir apaixonada e ver que o olhor da outra corresponde tudo. Seria ótimo conseguir dizer 'eu te amo' mais uma vez. E o melhor, ouvir um 'eu também te amo'. Seria bom dar uma gargalhada daquelas bem altas, que tivessem que me mandar calar a boca e parar de rir, seria delicioso ouvir uma voz sussurando baixonho que tava tudo bem, que agora eu poderia dormir bem, sem nenhum pesadelo.

    Melhor interromper o processo em meio:

    14 de nov. de 2010

    quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê.
    Caio Fernando Abreu


    Covardia, medo, idiotice... Chame do que for, mas pra mim isso é autoproteção. Acabar com qualquer sentimento ou relacionamento antes que tome proporções maiores. Antes que uma das partes sofra, ou faça a outra sofrer. Não é necessária toda essa dor, não mais uma vez. Eu sei que todo mundo vai sofrer por amor, nem que seja uma vez só na vida. Mas eu sei que a minha cota de sofrimento já passou. Já chegou ao ápice e acabou, portanto não vou mais sofrer, não vou permitir que ninguém sofra por mim, também. Acho que todos têm o direito de saber 'em que estão se metendo' quando se envolvem com alguém. Devíamos vir com um 'manual do usuário' mostrando todos os prós e contras de se adquirir o produto, dizendo assim : Olha, sou instável, grossa, mal educada, irônica, sarcástica... Mas também sei fazer ótimas massagens, nunca reclamaram do meu beijo e meu cabelo é muito bom. Aí você escolhe se quer continuar com a peça ou se vai devolver pra fábrica, mas tudo isso num prazo de um mês, no máximo, pra não estragar nem fazer o bichinho se apegar a você.

    E o medo nos acorda

    13 de nov. de 2010
    Pára e bate o coração
    Em pura disritmia
    O medo amedronta o medo
    Vela, madrugada, dia,
    Assim como a saudade
    Ou uma frase perdida  

    Te ensino a saber,

     não a sentir. Não sinto nada, já faz tempo.

    Tão inteligente, tão sábia, tão culta... Tão triste, tão fria, tão desanimada. Preferia ser burra e feliz, alienada, idiota, apaixonada e amada do que... isso. Essa coisa fria, dura... intocável e intocada. Todos tem medo de se aproximar... uma cobra prestes a dar o bote, com o olhar tão triste, cansado de observar tudo a sua volta, mas tão atento a tudo. 
    Causa medo em todos, impossível aproximar-se dela sem tremer, sem exitar. Mal sabem o quanto ela está assustada, o quão temerosa ela é de qualquer contato. Ela tem tanto medo deles, quanto eles têm medo dela, mas há uma diferença: Ela não demonstra. Ela não treme, ela não deixa transparecer nada, além dos olhos cada vez mais tristes e cansados. Além das olheiras cada dia mais profundas e das noites cada vez mais mal dormidas. Esse é o problema dela, é forte demais. Rígida demais. Não se permite, e tomou a decisão de não se permitir jamais, prometeu a si mesma nunca mais demonstrar e nunca mais desejar. E ela cumpre suas promessas.

    ''tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, ah não me venha com essas histórias de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, eu nunca tive porra de ideal nenhum, eu só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista capitalista, eu só queria era ser feliz, cara, gorda, burra, alienada e completamente feliz.''

    Deixa eu me livrar das minhas marcas...

    11 de nov. de 2010

    Você sabe que vai ser sempre assim.
    Que essa queda não é a última.
    Que muitas vezes você vai cair e hesitar no levantar-se, até uma próxima queda.

    Às vezes é tão difícil levantar-se depois de uma queda... é tão desgastante achar forças pra se manter de pé, que chego a pensar que não dá mais, que é melhor continuar ali mesmo, no conforto do fundo do poço, onde é quente e úmido, tão acolhedor... Mas então vem um balde de água fria, um choque; e você percebe que tem que se levantar, tem que se erguer, com ou sem braço amigo, e tem que ser forte e mostrar pro poço úmido e confortável que você venceu. Tem que dizer 'olha, você é muito confortável, mas eu tenho que me livrar de você, porque onde é muito quente e úmido, costuma dar mofo... e eu não quero um coração mofado, sabe? Além de estar todo sujo e amassado, também mofado? Não, eu vou me livrar de você. ' E é nessa hora que você levanta, limpa a calça suja de terra e barro, e sai andando, sempre de cabeça erguida e pronto pro próximo poço, mas cada vez mais preparado pra sair do seu conforto. 

    esmagou o cigarro,

    10 de nov. de 2010
    baixou a cabeça como quem vai chorar. Mas não choraria mais uma gota sequer, decidiu brava.

    Começo a acreditar que nunca deveria ter decidido isso: não chorar. Porque agora não consigo chorar, não consigo despejar minhas emoções nas lágrimas. Choro facilmente com um livro ou um filme, mas não me peça pra chorar de tristeza, emoção ou alegria. Não sai nada, nem aquele umedecimento conhecido dos olhos, nada. 
    Fico frustrada com isso, sabe? Um dia me ensinaram a chorar sempre que necessário, sempre que sentisse vontade, mas agora, por mais vontade que eu sinta, simplesmente não me sinto livre pra chorar, como se fosse quebrar uma promessa que fiz a mim mesma. 

    Meu espírito se perde, voa longe...

    6 de nov. de 2010
    - E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso?
    - Você esquece, sei lá. Não tem tanta importância assim. 

    Esquece isso, vive sua vida. Não dá, merda. Não dá pra me esquecer de tudo e viver minha vida. Quando é que você vai entender que você é minha vida? Ou melhor, que você era minha vida. Eu já fui sua vida também, um dia. Lembra? E eu fui tão feliz. Ah, eu já tive tanto amor um dia. Eu sorria tanto, e eu amava tanto. Eu achava que aquela alegria não ia acabar nunca, e por isso não aproveitei aqueles momentos como deveria. Eu mudei, eu cresci, eu amadureci, eu aprendi, mas trocaria tudo isso por aquela alegria infantil que eu já tive. Todo aquele amor que eu tinha. Eu ainda tenho muito a crescer e aprender, mas nem pensaria duas vezes antes de desistir de todo esse aprendizado só por mais uns daqueles dias de alegria. E como você pode me pedir pra viver? Conviver com a dor, com o sofrimento? Eu não quero mais viver com isso... Se eu pudesse simplesmente arrancaria essa droga de coração e jogaria longe, num lugar onde ninguém pudesse me devolver dizendo 'toma, é seu'. Não, merda, eu não quero esse coração, eu não quero esses sentimentos, eu não quero essa dor, não quero! Chame-me de infantil, imatura, idiota, retardada ou o que for, mas por favor, me faça parar de sentir, me faça ter um ou dois anos de novo, e roube meu doce pra eu chorar e esse ser meu único motivo de tristeza e dor, porque todo esse sofrimento eu não agüento mais!
    4 de nov. de 2010
    Ah, mas tudo bem. Em seguida todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outra com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.

    Quem me dera se fosse assim mesmo. Longe dos olhos, longe do coração. Não mesmo, Caio. Parece que quanto mais longe dos olhos, mais perto do coração fica. Eu não me esqueço. Demoro milhões de anos pra me apegar, mas depois que acontece, é pra nunca mais esquecer... 

    Por não saber se ainda sou capaz de acreditar...

    3 de nov. de 2010
    Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer, o problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para começar a acontecer.
    — Toque nela com cuidado — disse Santiago. — Senão ela foge.
    — A coisa ou a pessoa?
    — As duas.
    2 de nov. de 2010


    Eu fiquei uma porção de tempo tentando ser “legal e maduro”, “uma presença leve e agradável” — porque eu tô ainda muito inseguro de mim mesmo, e não acreditando absolutamente que alguém possa me curtir bem assim como eu sou. Eu não tenho quase experiência dessas transações, me enrolo todo, faço tudo errado — acabo me
    sentindo confuso. Tudo isso é tão íntimo, e eu já estou tão desacostumado de me
    contar inteiramente a alguém, tão desacreditando na capacidade de compreensão
    do outro, sei lá, não é nada disso, sabe? Conviver é difícil — as pessoas são difíceis
    — viver é difícil paca.


    é, caio... viver é difícil pacas, e as vezes a gente nem sabe como agüentar...
    1 de nov. de 2010
    Não é isso, nem a falta disso. Me roendo por dentro, é outra coisa que só você poderia saber o que é, mas nem você mesmo soube naquele tempo, e agora nem eu sei se saberia explicar a você ou a qualquer outro. Mas o que quero te contar, e só sei meio vagamente porque justo hoje, é um negócio tão louco que nem sei como começar. Quem sabe assim - sabia que uma noite eu vi você? Não ria, não duvide de mim, não pense que foi assim como quando você sente saudade demais de uma pessoa, então começa a vê-la nas outras, em todos os lugares, decostas, por um jeito de andar, de sorrir ou virar a cabeça de lado. Foi outra coisa. E não era apenas uma vontade de ver você que te trazia de volta, era você mesmo.