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    7 de fev. de 2011
    ”(…) -Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
    -Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
    -Vou te escrever carta e não te mandar

    .-Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
    -Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
    -Vou ver Saturno e me lembrar de você.
    -Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
    -O tempo não existe.
    -O tempo existe, sim, e devora.
    -Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
    -Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
    -E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.

    (Silêncio)

    -Mas não seria natural.
    -Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
    -Natural é encontrar. Natural é perder.
    -Linhas paralelas se encontram no infinito.
    -O infinito não acaba. O infinito é nunca.
    -Ou sempre.”
    - Caio Fernando Abreu.

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