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  • Frente ao espelho,

    22 de out. de 2010
    é com recato que tranço meus nem tão longos cabelos, enquanto a ponta de meus dedos de unhas curtas, às vezes roídas, acaricia o roxo das olheiras, herança de solitárias insônias. 

    Insônia... é até estranho reclamar dessa insônia... é algo tão normal, que me acontece tanto, que nem vejo mais porque tocar no assunto, nem sei porque insisto nisso, acho que na doce esperança de que milagrosamente eu me deite na cama e durma sei lá, 12h seguidas. Doce ilusão, né? 
    Não é que eu não tenha sono, é que meus pensamentos não dão uma trégua, não me deixam descançar desse turbilhão de coisas, e aí não consigo dormir. E o pior é que nem quando durmo esses pensamentos saem de mim, nem aquele maldito filtro dos sonhos me ajuda a dormir em paz. Sonhos, pesadelos, sempre acordo cansada, as vezes até mais cansada do que quando me deitei. Tô quase indo me benzer, me exorcizar, comprar um tarja preta pra dormir, qualquer coisa que acabe com as olheiras.

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