Seu maior medo
11 de out. de 2010
era o destemor que sentia. Íntegro, sem mágoas nem carências ou expectativas. Inteiro, sem memórias nem fantasias. Mesmo o não-medo sequer sentia, pois não-dar-certo era o natural das coisas serem, imodificáveis, irredutíveis a qualquer tipo de esforço.(c.f.a)
Algo estranho tá acontecendo comigo. Não estou triste, mas também não sinto a menor alegria. Não tenho medo, mas me falta coragem. Parece que enfiaram a mão no meu coração e retiraram qualquer tipo de emoção, sentimento. Não sei mais sentir... Acho que nem aquele antigo amor eu sinto mais, e estou completamente desesperada, sério. Alimentei esse amor por tanto tempo, só pelo medo de nunca mais amar, e agora já não amo, e não sei se posso fazer isso de novo, amar alguém. Depois de tanto sofrimento que passei, não sei se meu coração aceitaria entrar numa 'fria' dessas de novo. Nem a maior garantia de que não vou sofrer conseguiria mudar minha mente, porque eu já tive essa garantia, e sofri. Realmente sofri, como nunca havia sofrido antes, e como achei que nunca seria capaz de suportar. E olha, eu sobrevivi! Tô aqui, não to? To viva, saudável, quase sorridente, e sem nenhum maldito sentimento. Sem nem um pingo de emoção. Meu coração voltou a servir apenas praquilo que foi designado a fazer desde o principio: Transportar sangue. Bater. E eu pressinto que essa vai ser a única função dele, de hoje em diante.
Meu coração se esvaziou de todo desejo e reduziu-se ao próprio último ou primeiro pulsar.